Registro realizado por : Stela Pereira da Gama
Diretora da EMEB ALDINO PINOTTI
Começo o registro com o incômodo de não ter lido os textos enviados, pois não chegaram a tempo para esta tarefa (chegaram por email às 11h25 do dia da formação…Difícil dar conta…).Não gosto disto, porém, não teve jeito.Talvez até por isto eu tenha aceito o desafio de fazer o “livro das sensações”… Fiquei com a sensação de não ter feito a “lição de casa”…Mas, vamos continuar…
No início dos trabalhos a Mônica apresentou a tabulação dos dados do primeiro encontro, sobre o que pensamos , como saímos do encontro…São muitas informações, gosto de anotar tudo, mas não dou conta. A Mônica fala bastante, articula várias informações. Aprende-se muito com ela e seu jeito “despachado”.
Uma coisa que com certeza ela já demonstrou é o incômodo com os atrasos da equipe; as pessoas vão chegando durante a aula e ela demonstra certa inquietude com este movimento.Aos poucos , vai dando seu toque…
Durante os trabalhos ela solicitou que escrevêssemos em uma folha uma palavra que representasse o que pensamos sobre : criança, papel do gestor e problemas da unidade. Difícil pensar só em uma única palavra. Fizemos a atividade, que depois copiamos em uma tabela, para organizarmos estas informações.
Após este momento, a Mônica solicitou que nos agrupássemos em mais ou menos uns cinco a seis grupos, todos contendo diretores, CP’s e OP’s, para juntos discutirmos as seguintes questões:
- Que ações mais caracterizam a sua prática como diretor/CP/OP?
- O que você identifica como essencial?
- O que você identifica como “marginal”?
- O que você identifica como algo que está a seu alcance modificar e o que é exterior a sua prática?
Imediatamente algumas pessoas ( inclusive eu) preferiram ficar na própria sala, para discutirmos lá mesmo. A sala não favorece trabalho em grupo pela disposição das cadeiras, mas tudo bem. Demorou-se um pouco para formarmos os grupos, que não ficaram muito do jeito que a Mônica queria: alguns tinham muitas CP’s, outros só uma, outros nenhuma… Daí a discussão perdeu um pouco do rumo inicial, que era o de pensarmos em nossas ações e conhecer as das outras colegas.Senti uma certa resistência das pessoas para dar início…Iniciamos a discussão; meu grupo tinha várias colegas já conhecidas, então a discussão foi bem interessante, permeada por situações do cotidiano escolar.
Demos uma parada para o café.
Esta resistência expandiu-se para terminarmos este horário. Foi preciso a Mônica solicitar a retomada, pois estava gostoso dar uma parada, tomar um café, dar um pouco de risada com colegas que as vezes encontramos…Acho que isto é um pouco do reflexo do cansaço das equipes: muitas com pós- graduação, tarefas do cotidiano cada vez mais “puxadas”, muitas reuniões em determinados períodos…
Penso que talvez tivesse outro “pique” a formação se tivéssemos começado desde Março, por exemplo: estamos motivadas com o início do ano, estamos engrenando… No final de ano as pessoas já ficam menos dispostas, não se concentram tanto e as aulas não rendem tudo o que poderiam. Pelo menos eu sou assim.Sou do início, do dia , não sirvo para a vida noturna.Quanto mais cedo, melhor.
As discussões sobre o que fazemos de essencial, de marginal e o que podemos mudar foi muito interessante. As relações de poder implícitas nas ações, com eu me vejo na execução das tarefas, o que acho essencial o outro aponta com marginal, enfim, é reaprender algumas coisas em conjunto, conseguindo enxergar o outro e não só a realidade da minha escola.
Durante a discussão a Mônica faz “alinhavos “ importantes , sobre teorias de relações de poder, lógica burocrática. Como é bom ter formações assim!
Ela trouxe contribuições importantes sobre “mitos escolares” como a Reggio Emília:falou sobre outras tantas regiões da Itália com ótimos trabalhos e que pouco fala-se delas. Trabalhar bem com dinheiro é fácil, né?
Continuamos a discussão: algumas colegas falam sobre problemas em políticas educacionais, que enxergam não serem questões político-partidárias, mas sim ausência de preocupação com escola de qualidade. Entra gestão, sai gestão, as questões permanecem…
A Mônica foi finalizando o encontro abordando as questões das lideranças legitimadas, a gestão de culturas nas escolas, as dificuldades de integração entre as modalidades dos complexos educacionais, e todo o cuidado que o gestor deve ter ao lidar com tantas culturas diferentes, etc, etc…
Já são 17h07 e não ocorreu a “evasão” das pessoas da sala. Considero isto um ótimo sinal. Ela conseguiu “prender-nos” na cadeira, motivar-nos a ficar. E convenhamos: esta é uma realização que poucos conseguem, pois infelizmente observo em reuniões , palestras, encontros um certo desrespeito com cumprimento de horários, tanto na entrada quanto na saída; sou exigente com o cumprimento de horários, tanto dentro quanto fora da escola e observo que infelizmente já estou “fora de moda”…
Espero que nas demais formações ocorra um respeito maior com as formadoras, com relação ao cumprimento de regras, horários e realização de atividades, para modificarmos a imagem que está sendo gerada deste grupo de trabalho ( digo deste, mas na verdade o problema aparece em todos os grupos)…
Saí cansada fisicamente, mas com a cabeça fervilhando de ideias e possibilidades, pois ainda iria voltar para o HTPC das 18h40 até às 20h40…